quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O muro...

Não são boas, as noticias que hoje vêm do lugar nunca pensei.

Há dias uma prova de todo o terreno, passou por estas bandas. Não que tenha nada contra estas provas pois sempre vão animando uma ou outra tarde mais calma . O que não gostamos por estas bandas, é dos aceleras que depois da classificativa terminada vêm tentar fazer o que não sabem nem dominam.

Na madrugada a seguir à prova, foi este o resultado de uma dessas "perícias". Para o "pato bravo" muita chapa e acessórios perdidos, para nós 250 euros de prejuízo para reparar o muro.



quarta-feira, 14 de outubro de 2009

S.O.S. CAGARRO




Embora ainda a 1 km do mar, "no lugar nunca pensei" todas as noites por esta altura, escuta-se o grito destas aves marinhas que encontram nos Açores, o seu maior habitat.


Juntam-se em colónias situadas nas falésias costeiras e ilhéus, que chegam a reunir centenas de aves. Os seus cantos nocturnos são muito peculiares, alguns parecidos com o choro humano. É uma das aves mais antigas que existe à superfície da Terra e pertence à família dos Procellariidae. A maior concentração mundial de cagarros ocorre nos Açores, da subespécie C.d. borealis, mas devido a ser muito vulnerável a predadores terrestres e às actividades do homem, esta espécie está em regressão a nível mundial, sendo muito importante garantir a sua protecção.

Em Outubro e Novembro os jovens cagarros iniciam a sua migração e orientam-se aparentemente pelas estrelas, mas ao iniciarem o seu primeiro voo, principalmente em noites nubladas, são atraídos e encadeados pelas luzes das povoações e automóveis sendo muitos mortos por colisão e atropelamento.

Ontem foi a vez de "o lugar nunca pensei" ser visitado por um cagarro jovem que em vez de voar para longe da ilha, com a noite de tempestade que esteve, veio parar ao alpendre do armazém principal, possivelmente confundido com a luz por cima da porta de entrada, ou qualquer farol na estrada, passando por cima dos muros.

Foi a segunda vez que me aconteceu em tantos anos. Assustado, tivemos que o neutralizar com uma grande toalha, para depois o colocar dentro de uma caixa de papelão onde passou a noite. Este foi um final feliz pois todos os anos centenas de novas crias morrem esmagadas pelos rodados dos carros cujos farois os confundem e atraiem para a morte.

O kami, como ternuramente lhe chamamos teve melhor sorte e foi devolvido esta manhã ao mar. Impressionante como basta sentir o barulho da rebentação para se começar a agitar. Abrimos a caixa na praia a poucos metros da água. Parou como para se situar, olhou para a foto e descolou para sul sobre as ondas do mar.
Boa viagem Kami.
PS: anualmente são salvos um número elevado de cagarros em todas as ilhas dos Açores. A sensibilização começa nas escolas e organizam-se patrulhas que diáriamente percorrem as estradas e outros locais junto à Costa de forma a devolver ao mar as aves que se perdem na altura da migração. O cagarro está protegido por lei.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O vinho doce...

O fim de semana prolongado, deu-me a possibilidade de acompanhar a vindima aqui da Quinta do lado. Coisas que nos ficam na lembrança, de outros tempos, de outra vindimas, de muitos finais de Verão cheios de cheiros e sabores que a minha meninice vem trazendo à memória enquanto do outro lado do muro, meia dúzia de velhos vão cortando cacho a cacho, entoando aqui e ali uma melodia. A vindima deste ano, diz-me mais tarde o vizinho, foi até melhor que a de outros anos, mas também pouco importa, que já pouco se produz e de qualidade duvidosa, aqui para estes lados.
Mais logo, à noitinha, havemos de experimentar o vinho doce, com meia dúzia de castanhas do ano passado, cuidadosamente guardadas no congelador para esta ocasião especial.
As outras, as de este ano, só mais para o fim do mês irão abrilhantar concerteza mais um serão bem animado.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Escutas telefónicas

De vez em quando neste lugar ecoam pequenas nuances do buliço extra muros.
Não é que primemos por saber o que se passa, porque a filosofia de vida nunca lhes deu importância, mas por mais que digamos que vivemos isolados e como eremitas, sentimo-nos na obrigação de cumprir o nosso dever cívico. Este ano não vai ser excepção.
Mas o que realmente preocupa, é a falta de decoro. Hoje com as escutas, amanhã será com quê? Aqui neste lugar, as noticias são seguidas pela net mas hoje, não por ser sexta, ligamos o televisor para ver as das 8. Ups. Ninguém foi? Foste tu? Não. Não foi ninguém. Então ninguém foi e abrem-se noticiários e imprimem-se primeiras páginas?
Aqueles tempos em que quem se portava mal levava com um par de orelhas de burro e ia para o canto da sala deu-me a solução para o caso. Logo passou porque somos democratas, mas que dá vontade de o fazer, nem vos conto.

domingo, 13 de setembro de 2009

o poder do amor...

13 para mim sempre foi um nº como outro qualquer. Raul Solnado gracejava que não era surperticioso, porque lhe tinham dito que não era bom...
Estou plenamente de acordo. Foi num dia 13 que revi o meu irmão depois de voltar da guerra no Ultramar, foi num dia 13 que me fiz à estrada sem destino, depois de vários anos perdidos...
A simbologia dos números vale o que vale. Para mim o 13 é sempe recordado todos os anos em Setembro. O poder do amor um dia ganhará ao amor ao poder. Parabéns Ilha do Sol, meu amor.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A roçadora ecológica


Este lugar com as chuvas de Julho e este "bafo" de Agosto está a precisar de um desbaste.

De forma que me meti ao caminho no fim de semana e fui até ao mercado. Na volta trouxe a "Tieta", mais uma membro para a quinta, que vai ajudar a inglória tarefa de controlar o que vai crescendo a mais. Uma espécie de roçadora mas muito mais ecológica que as ditas. Acho que sábado volto ao mercado para trazer-lhe companhia pois parece-me que está muito sózinha.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

novidades...






































A natureza dá e tira. Que o diga a Florinda. Esta é uma homenagem a quem mais me apoia e incentiva em relação a " o lugar nunca pensei". Para Barcelos com muita Amizade. Obrigado.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O lux e a Leila


Os ultimos dissabores na quinta deixaram-me cabisbaixo e com vontade de repensar o lugar. Restam-me o Lux e a Leila para me divertir um pouco. Quem resiste a estes pacholentos Rafeiros alentejanos?

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A murcha...

Ainda há um mês referia no post sobre os maracujás, que existe uma doença, "a murcha" que ataca esta planta de uma forma brutal. Quando infectada, não há nada a fazer e o pé de maracujá morre em meia dúzia de dias. Imaginem o meu desespero quando ontem visitei "O lugar nunca pensei" e encontrei as ramadas de maracujás no estado que a foto documenta...
A chuva e as altas humidades deste mês de Julho que por estas bandas mais parece de Fevereiro, trouxeram todo o tipo de doenças a plantações que se pretendem livres de quimicos.
Resta limpar as ramadas e plantar os pés que estão no viveiro já em Agosto.
Paciência, este ano, não há maracujás para ninguém.
Sinto-me triste.
Natureza 1 - O lugar nunca pensei... 0

sábado, 25 de julho de 2009

A ternura dos "entas"

Todos sabemos que há coisas que não se conseguem explicar por mais que se dê voltas ao miolo.
O gosto pelas viagens é uma delas. De forma que os últimos 35 dias foram dedicados à bela arte de não fazer nada e contraditóriamente, fizemo-nos à estrada. Há quem lhe chame férias. Com o Guilherme, o conceito anda lá perto. Pessoalmente, prefiro chamar-lhe momentos de descanso, porque não conseguimos parar mais do que 3 ou 4 dias no mesmo sítio. Talvez por viver numa Ilha, é altura de fazer quilómetros. De carro, que já basta o avião para sair e voltar. Este ano foram quase 7500 kms espalhados pela Península Ibérica. Daí o silêncio no Blog. Mas valeu a pena. Vale sempre a pena, quando chegamos a um momento na vida em que nos damos ao prazer de fazer o que vai na alma. Andar ao sabor da imaginação e percorrer cantinhos que julgavamos já não existir.
Será isto a ternura dos "entas"?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A flor da Paixão...


Uma das poucas coisas que conseguimos recuperar de outros tempos, foram os maracujazeiros. Colados a uma das entradas da Quinta, protegidos a sul com um muro, preparam-se para dar uma boa colheita mais lá para Julho. Alguns frutos já começam a pintar. Por estas bandas a sua plantação e manutenção é relativamente fácil. Um terreno bem drenado, composto orgânico para a terra e regas, pequenas, em dias de bafo. Entretanto já temos mais alguns pés no pequeno viveiro, que em Agosto vão ocupar o seu lugar junto aos mais velhos que ao fim de três anos acabam por morrer. A "Murcha" é impiedosa com esta espécie.

Às flores chamam-lhe a flor da paixão, por ter a coroa de espinhos, cinco chagas e três pregos com que Cristo foi crucificado. Religião à parte, as flores desta planta são bastante ornamentais.

Particularmente, prefiro os frutos...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ulmeiros - Mais uma morte anunciada


Há coisas que nos chocam e temos que divulgar, correndo o risco de o silêncio, criar ainda mais atentados à Natureza.

A moda das Scut, já chegou também a estas paragens. Com cerca de 65 kms de comprimento, acharam necessidade de fazer uma nova estrada que ligue Ponta Delgada ao Nordeste da Ilha de S.Miguel. Bem ou mal, o facto é que já se rasga a direito em toda a extensão pela costa norte. Hoje deparamo-nos com uma noticia do Jornal Açoriano Oriental, que dá conta da pretensão de derrubar 226 árvores, Plátanos e Olmos (ou Ulmeiros), uma espécie cada vez mais rara e que tem nestas paragens a sua maior concentração da Europa (Na foto o parque do Relvão em P.Delgada). Fica aqui o post de indignação. Uma burrice ainda se suporta, 226 é um disparate...

calda bordalesa


Ontem foi dia de calda bordalesa nas laranjeiras.

Era inevitável com estes dias de chuva, à mistura com nevoeiro e sol logo de seguida, mistura explosiva para o aparecimento de fungos e agora que iniciamos a reabilitação do pomar seria uma pena não proteger os ramos que deixamos em cada árvore.

O João ajudou e lá chegamos ao fim do dia contentes com o resultado. Agora é tempo de revolver a terra à volta delas e preparar para adubar o terreno. Vamos lá ver se arranjamos alguém que tenha galinhas..

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Da weasel


Para quem não sabe, estas Ilhas são habitadas por uma pequena criatura de aproximadamente 20 cms, de pêlo castanho avermelhado e uma risca branca. O seu nome científico: Mustela Nivalis. O seu nickname: Doninha-anã, o mais pequeno mamífero carnívero do Mundo, devorador de roedores , coelhos, pássaros e ovos. Não desdenha uma pequena peça de fruta de vez em quando e vive muito solitariamente, pois no seu habitat não admite mais nenhum da sua espécie, sendo no entanto tolerante quando se prepara para acasalar.


Há dias encontrei uma em cima de um muro. Apoiando-se nas patas traseiras para observar melhor um possivel pequeno-almoço ali perto num galho de uma Acácia. O pássaro foi embora e a Doninha apercebendo-se da minha presença, também. Já a vi mais duas vezes. Bem bonita. Agora, ando sempre de máquina fotográfica na esperança de novo encontro. Para já agradeço-lhe a sua presença nas nossas terras. Onde há Doninhas, os roedores desaparecem como que por magia... Porque será?


sexta-feira, 12 de junho de 2009

feriado... parte 2

Ontem foi feriado mesmo.
Não fizemos nada a não ser descansar . A jornada na Quinta deixou mazelas no corpo.
A Margarida parecia o Robocop enferrujado quando se levantou. Nada que um longo duche não resolvesse rapidamente. Sinceramente também estou todo partido.

Os Santos populares estão aí e uma broa quentinha veio mesmo a calhar para umas sardinhas assadas. E o resto são cantigas.
O dia de hoje é inteirinho para o Guilherme que faz dois anos. Parabéns querido filho.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dia de trabalhador...


Desde que adquirimos a Quinta, que a vontade de começar andava como os interruptores, ora para cima, ora para baixo. Talvez porque os quase 3 hectares de terreno em estado semi selvagem nos deixassem um pouco irrequietos com uma sensação de frustração.
Conseguiriamos vencer a batalha?

As férias da Flor e do Zé até às Ilhas, vieram dar-nos outro alento. Já tinhamos decidido começar, já tinhamos inclusivé feito algumas intervenções pontuais, mas nada como nos últimos dias.

Com a experiência deles, fizemos uma poda cirúrgica aos citrinos, abandonados e cortados à má fé pelo cepo, segundo o que sabemos por um antigo caseiro despeitado.
A Natureza defendeu-se e deu-lhes de novo tenros ramos que brotaram anárquicamente ao longo destes anos. Fizemos a poda, deixando 2 ou 3 rebentos, nalguns casos, para os podermos enxertar lá para Janeiro, noutros libertando as árvores de "ladrões" e dando-lhes a possibilidade de a seiva chegar com mais força ao que interessa.

Debaixo de uma neblina intensa que tem atacado as Ilhas nestes últimos dias, com uma humidade de 96%, lá andamos pela quinta tentando dar dignidade a um local que outrora terá sido um belo Pomar. Ainda houve tempo para recolher folhas e galhos junto aos muros e depositar tudo no local onde nos próximos dias iremos construir a estação de compostagem. Outros foram para junto do forno para amanhã cozer pão de milho.

De modo que o dia passou célere e do feriado pouco restou. Afinal o dia de Portugal, foi mais um Dia de trabalhador. Diga-se porém, muito mais útil.

terça-feira, 9 de junho de 2009

O lugar nunca pensei...


O lugar nunca pensei, existe mesmo. Sonhei-o enquanto criança, imaginei-o nos livros de
Enid Blyton, este é um lugar, sem castelos nem "afundadores" mas onde a aventura existe em cada bocado de terra.

O desafio a que nos propomos é de transformar uma pequena propriedade ao abandono, com ruínas, carregada de fetos, silvas e acácias , em terra de cultivo, em espaço de brincadeira, de descanso e de emoções.

Alguns hectares de terra numa ilha paradisíaca. Uma aventura para os próximos anos...