terça-feira, 29 de junho de 2010

Birdwatching

O Tentilhão, (Fringilla coelebs), é uma das aves mais comuns dos Açores, portanto não é de admirar que nos visite e faça os seus ninhos no meio de bifurcações de galhos aqui pelo Lugar. O macho é mais colorido que as fêmeas, dadas para o cinzentismo, julgo que para se protegerem mais aquando da nidificação.
O bird watching tem um autêntico santuário nestas ilhas, que começa agora a ser explorado comercialmente pelas dezenas de empresas de turismo de natureza por aqui existentes.

domingo, 27 de junho de 2010

Foge coelho foge...


Nome comum: Coelho-bravo
Nome científico: Oryctolagus cuniculus
Peso: 1,2 a 2 Kg
Comprimento: 35 a 50 cm
O pêlo é de uma cor pardo acinzentada terrosa, mais escura na cabeça do que no dorso, à excepção do ventre e da parte externa das coxas que são brancos. As orelhas, medindo entre 6,5 a 7,5 cm, são acinzentadas na metade posterior (da mesma cor que o resto do corpo na parte anterior) e os pêlos do bordo anterior são esbranquiçados. À volta dos olhos apresentam um círculo claro mal definido. Os bigodes são castanhos e pouco compridos. A cauda é cinzento acastanhada na parte de cima e branca por baixo, formando um pequeno tufo (com 4 a 6 cm). As patas posteriores são alongadas (podem ter 8 a 9 cm) de cor parda acinzentadas claras, apresentando uma risca branca larga. As unhas são grandes e afiadas, constituindo uma ferramenta imprescindível para a escavação de tocas e para ajudar à rápida fuga.

Este é o perfil do inimigo numero um deste Lugar.
São estes malandros que nos vão dizimando tudo o que podem e a todo o momento.
Introduzidos nos Açores e na Madeira pelos descobridores, chegaram ao ponto de serem uma praga difícil de controlar. Apenas no ínicio dos anos 90 tiveram uma grande quebra na sua população devido à febre hemorrágica viral.

Actualmente, lutamos contra estes pestinhas, no Lugar nunca pensei, através de acções profiláticas para o afastamento desta espécie dos terrenos cultivados, quer com duplas barreiras de rede, enterradas na terra até 25 cm de forma a que não a ultrapassem, quer com sons activos durante alguns minutos de forma a que se afastem para mais longe.
Tocas como a que mostramos na foto podem ter até 5 metros de profundidade e 60 habitantes.
Por imposição da Margarida, os exemplares capturados vivos no meio das redes, são devolvidos à natureza, se bem que no fundo da propriedade. O nosso ajudante de campo sempre que vê este ritual de libertação, abana a cabeça em total desacordo.
A verdade é que mesmo com o prejuizo que nos provocam, ficamos contentes com aquela fuga. A margarida costuma-lhes segredar ao ouvido: - Nunca mais voltes aqui...foge. E eles fogem caminho abaixo até ao muro que separa este Lugar da liberdade.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mais favas

A capacidade que ainda não temos para prever colheitas, leva a que tenhamos surpresas interessantes. Se calhar semeamos demais, mas o facto é que só hoje conseguimos apanhar todas as favas. Não há fome sem fartura lá diz a sabedoria que é sempre do povo. O nosso amigo João, ajudante de campo do Lugar nas nossas ausências, diz que para o ano, só deixa que se plante um rego delas para consumo da casa. A verdade é que só gostamos de fava verde, ao contrário da maior parte que adora a fava rica, portanto destas que hoje encheram três baldes, o máximo que poderemos fazer será um creme ou um puré. O resto será para distribuir por amigos, na esperança que gostem.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Alho Pôrro, Cidreira e Manjericos

Porquê relembrar uma data como a de S.João neste blog? Porque esta é a festa mais democrática que conhecemos, que começa e acaba sem regras, com muita alegria, sem barreiras, sem classes, durante uma noite inteira. Festejado em muitas partes do País, na Madeira ou nos Açores, é no Porto que tem mais expressão com 800 mil pessoas todos os anos a saírem para a rua. Só quem já lá viveu esta noite a consegue explicar. Cidreira, alho porro e manjericos, dão um cheiro diferente à festa das festas.
Festas de forte cariz popular, o S. João do Porto é uma festa que nasce espontâneamente, nada se encontra combinado, embora a festa se vá preparando discretamente durante o dia, é normalmente depois do jantar, constituído por sardinhas assadas, batatas cozidas e pimentos ou entrecosto e fêveras de porco na brasa, acompanhadas de óptimas saladas , jantar obviamente regado com vinho verde ou cerveja, mais modernamente. Findo o jantar, os grupos de amigos começam a encontrar-se, organizando rusgas de S. João, como são chamadas. As pessoas muniam-se de alhos pôrros e molhos de cidreira , actualmente as armas, são outras, mudaram para martelos de plástico, duros e ruidosos, mas que acabaram por ser bem aceites e hoje já fazem parte da tradição, Há alguns anos atrás, o S. João limitava-se a uma área da cidade que era constituída, pelas Fontaínhas ( Ponto nevrálgico ), R. Alexandre Herculano, Praça da Batalha, R. Santa Catarina, R. Formosa ou R. Fernandes Tomás, R. de Sá da Bandeira, R. Passos Manuel, Praça da Liberdade, Av. dos Aliados, R. dos Clérigos, Praça de Lisboa, e no retorno, subindo-se a R. de S. António, estava praticamente concluído o percurso obrigatório. A par deste percurso, que juntava para cima de meio milhão de pessoas, que tornavam as ruas pejadas de gente, e onde não há atropelos, as zaragatas são de imediato sustidas pelos populares, os beligerantes rapidamente selam a paz com mais um copo e uma pancada de alho pôrro de amizade. O S. João do Porto é uma festa onde ricos e pobres convivem uma noite de inteira fraternidade e onde a festa é constante. Nos bairros, a festa continua e as comissões organizadoras de cada uma mantém o baile animado até altas horas da madrugada. No tempo áureo do alho pôrro quem chegasse ao Porto vindo de fora, estranharia o odor espalhado pela cidade...efectivamente ela cheirava a alho.... Bom S.João

terça-feira, 22 de junho de 2010

batatas 2

Tiramos já praticamente todas as batatas do campo 2.
Passaram mais uns dias para além da data prevista porque ainda estavam a querer encher um pouco mais. Foi ao secar que nos apercebemos que embora em muito maior numero do que no primeiro campo, as batatas maiores apresentam quase todas uma espécie de estrias como se tivessem sido cortadas com uma faca e depois cicatrizado. Sinceramente ficamos sem saber o que é, se é da qualidade, da chuva ou até algum fungo. Pelo menos fica como positivo a boa safra desta vez com cada rama a dar 12 a 15 batatas.

domingo, 20 de junho de 2010

À conquista deste lugar...

Conquistamos mais uma parcela de terreno com cerca de 750 m2 ao mato. Depois de passagem do tractor com a roçadora, passamos camélias, magnólias, azevinho e populos negra para a terra. No inicio do próximo ano trataremos de o relvar. Para já fica o contentamento de uma operação bem sucedida.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Escaldão


As experiências neste lugar, têm sempre algo de novo.

Hoje foi um dia de escaldão, daqueles em que o Sol, sabe-se lá porque razão, não se escondeu atrás das nuvens como gosta muito de fazer aqui pelos Açores.

Sabe-se lá também porque razão, nos deu para tirar a t-shirt e andar de corpo ao léu durante um bom par de minutos.

Sabemos no entanto bem a razão porque estamos neste momento com uma "dorzita" nas costas mesmo serenada com cremes e mais cremes "after-sun", que para o caso se deveriam chamar antes "depois da burrice..."

A primeira, qualquer cai. À segunda cai quem quer.

Bendita sabedoria popular...

terça-feira, 15 de junho de 2010

A Lagoa


Enquanto ganhamos ânimo depois do assalto para continuar, aproveitamos para passear por esta Ilha encantada repleta de lugares nunca pensei. Há dias, alguém me perguntava por email, porque só fazia menção a lugares para visitar no Continente se temos outros nos Açores bem bonitos para mostrar. Bom, este não é propriamente um foto blog, muito menos de viagens, apenas às vezes, nos dá ganas de mostrar sítios por onde passamos em trabalho ou a descobrir o nosso país. Cumprimos então a excepção para mostrar mais uma das forças da natureza deste inverno nesta ilha e que ainda perdura, o alagamento da Lagoa das Furnas, na zona central de S.Miguel que este ano bateu todas as lembranças. Não imaginam quanto um dia na natureza pode ser tão revigorante.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Assaltados

Hoje o motivo de crónica não é dos mais simpáticos.
O que pensamos que só acontece aos outros, afinal aconteceu neste Lugar. Fomos assaltados.
Independentemente do valor do roubo, o que nos magoa é a sensação de invasão de privacidade, a sensação de frustação perante um autêntico flagelo que infelizmente também já chegou ao nosso país.Os crimes contra o património não param de aumentar aparentemente sem uma resposta musculada das forças da ordem.
Que saudades do "jardim à beira mar plantado".



sábado, 12 de junho de 2010

Parabéns


Sempre que alguém nos dizia que os filhos são mais importantes que tudo, sorriamos e pensávamos que não era bem assim. Com o passar dos anos a vida muda muita coisa mas essencialmente muda consciências. A chegada do Guilherme, também provocou neste lugar todas essas mudanças.

Hoje, dia em que completa três anos, festejamos ao amor e a tudo de bom que já nos ofereceu durante esta sua existência tão pequena ainda, mas de tanta riqueza para nós. É tempo de celebrar a vida em toda a sua plenitude.

Parabéns filho. Bem hajas.
Imagem: Toy Story - O herói actual do Guilherme

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Polinização dos melões


Quem trabalha a terra sabe que o trabalho dos primeiros meses do ano é extremamente recompensado com os primeiros frutos a brotar da terra. Por este lugar brindamos à vida sempre que isso acontece. Agora é vez dos melões começarem a mostrar as primeiras flores fêmea, as que trazem o fruto consigo (imagem de baixo). Durante aproximadamente uma manhã, aquela flor vai abrir e dar-se a polinização. Se as abelhinhas não estiverem para aí viradas, é mais um caso de morte ao sol.
Neste, como em muitos outros casos, a Natureza chega a ser cruel, de tão exigente e exacta que é.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Festival de jardins de Ponte de Lima


Como estamos em tempo de feriado, ponte, férias antecipadas e santos populares, aqui fica um convite para um passeio ao Minho.
Para quem gosta claro, de plantas e flores, o Festival Internacional de jardins de Ponte de Lima é já uma paragem obrigatória todos os anos. Para além dos jardins a concurso, de autores dos 4 cantos do Mundo este ano subordinados ao Kaos, há que aproveitar e relaxar num espaço lindissimo na margem do rio Lima, com a piscina Municipal ali mesmo ao lado e alamedas fantásticas como esta feita de limoeiros. Este ano ainda não fomos lá mas está para breve. Um dos poucos locais onde a entrada (1 euro em 2009) é um investimento e não uma despesa, tal é o que nos oferece por tão pouco dinheiro. Ponte de Lima está de parabéns. Bom feriado ou boas férias. http://www.festivaldejardins.cm-pontedelima.pt/pt/index.htm

segunda-feira, 7 de junho de 2010

DIA DO AMBIENTE




Sabemos que cada vez mais é urgente a poupança de água. O dia do ambiente que no sábado se comemorou, serviu no mínimo para nos lembrar que os recursos não são eternos e que basta alguns gestos de cada um, para pelo menos, adiarmos o inevitável.
Por este lugar, tentamos tambem contribuir para tal desiderato, seja com a recolha da água da chuva em grandes reservatórios que servem depois para regar e lavar utensilios, seja com utilização de práticas mais que necessárias no bom uso de um bem tão escasso.
A rega gota a gota é uma das maneiras mais eficaz de poupar água, porque podemos medir a quantidade que cada planta recebe, poupando litros e litros num só dia do que se regassemos pelo método convencional.
Este ano pensando no futuro, aproveitamos para passar centenas de metros de tubagem na quinta para ficar com ligação a pontos de rega em todos os campos deste lugar. Gota a gota, caminhamos para uma vida sustentável.

domingo, 6 de junho de 2010

Hortências, nubelões ou Granjas

Quem já visitou os Açores por esta altura do ano, sabe do que falamos a seguir, um imenso mar de hortências a abrir as suas brácteas exuberantes em tons de branco, azul ou lilás, consoante os solos sejam menos ou mais ácidos. Não é uma planta endémica mas depressa se adaptou ao clima e em certos locais passou a ser invasora sendo preciso controlar este seu apetite por novos terrenos. Normalmente é encontrada junto aos muros que delimitam as terras e fazem um espectáculo memorável para os amantes das câmaras fotográficas. Esta que vos mostro está aqui no lugar,é uma planta jovem, mas as flores são tão bonitas , que não resistimos à foto.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Pimpinha já é mãe...


A pimpinha já é mãe... Mais 6 novos membros para a familia deste lugar. Como fazem hoje um mês têm direito a foto. Digam lá se não são um amor.

terça-feira, 1 de junho de 2010

CAPAR MELÕES

Capar ou não capar? Eis a questão.
Ao longo da vida estamos sempre a decidir o que fazer, às vezes, com mais ou menos certezas mas quando se trata de capar os melões, nem a literatura na internet nos faz decidir. É certo que as temperaturas nos Açores quase deixam que poupemos os infelizes, mas por outro lado, o mais certo é termos os melões muito mais tarde que o previsto pois o termometro tambem não sobe tanto como no continente. Sendo assim o que fazer?
Salomónicamente agindo, uns vão à faca e outros não, assim para o ano vai haver mais certezas quanto à utilidade deste expediente para fazer aparecer as flores fêmea mais cedo.