sexta-feira, 19 de junho de 2009

A flor da Paixão...


Uma das poucas coisas que conseguimos recuperar de outros tempos, foram os maracujazeiros. Colados a uma das entradas da Quinta, protegidos a sul com um muro, preparam-se para dar uma boa colheita mais lá para Julho. Alguns frutos já começam a pintar. Por estas bandas a sua plantação e manutenção é relativamente fácil. Um terreno bem drenado, composto orgânico para a terra e regas, pequenas, em dias de bafo. Entretanto já temos mais alguns pés no pequeno viveiro, que em Agosto vão ocupar o seu lugar junto aos mais velhos que ao fim de três anos acabam por morrer. A "Murcha" é impiedosa com esta espécie.

Às flores chamam-lhe a flor da paixão, por ter a coroa de espinhos, cinco chagas e três pregos com que Cristo foi crucificado. Religião à parte, as flores desta planta são bastante ornamentais.

Particularmente, prefiro os frutos...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ulmeiros - Mais uma morte anunciada


Há coisas que nos chocam e temos que divulgar, correndo o risco de o silêncio, criar ainda mais atentados à Natureza.

A moda das Scut, já chegou também a estas paragens. Com cerca de 65 kms de comprimento, acharam necessidade de fazer uma nova estrada que ligue Ponta Delgada ao Nordeste da Ilha de S.Miguel. Bem ou mal, o facto é que já se rasga a direito em toda a extensão pela costa norte. Hoje deparamo-nos com uma noticia do Jornal Açoriano Oriental, que dá conta da pretensão de derrubar 226 árvores, Plátanos e Olmos (ou Ulmeiros), uma espécie cada vez mais rara e que tem nestas paragens a sua maior concentração da Europa (Na foto o parque do Relvão em P.Delgada). Fica aqui o post de indignação. Uma burrice ainda se suporta, 226 é um disparate...

calda bordalesa


Ontem foi dia de calda bordalesa nas laranjeiras.

Era inevitável com estes dias de chuva, à mistura com nevoeiro e sol logo de seguida, mistura explosiva para o aparecimento de fungos e agora que iniciamos a reabilitação do pomar seria uma pena não proteger os ramos que deixamos em cada árvore.

O João ajudou e lá chegamos ao fim do dia contentes com o resultado. Agora é tempo de revolver a terra à volta delas e preparar para adubar o terreno. Vamos lá ver se arranjamos alguém que tenha galinhas..

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Da weasel


Para quem não sabe, estas Ilhas são habitadas por uma pequena criatura de aproximadamente 20 cms, de pêlo castanho avermelhado e uma risca branca. O seu nome científico: Mustela Nivalis. O seu nickname: Doninha-anã, o mais pequeno mamífero carnívero do Mundo, devorador de roedores , coelhos, pássaros e ovos. Não desdenha uma pequena peça de fruta de vez em quando e vive muito solitariamente, pois no seu habitat não admite mais nenhum da sua espécie, sendo no entanto tolerante quando se prepara para acasalar.


Há dias encontrei uma em cima de um muro. Apoiando-se nas patas traseiras para observar melhor um possivel pequeno-almoço ali perto num galho de uma Acácia. O pássaro foi embora e a Doninha apercebendo-se da minha presença, também. Já a vi mais duas vezes. Bem bonita. Agora, ando sempre de máquina fotográfica na esperança de novo encontro. Para já agradeço-lhe a sua presença nas nossas terras. Onde há Doninhas, os roedores desaparecem como que por magia... Porque será?


sexta-feira, 12 de junho de 2009

feriado... parte 2

Ontem foi feriado mesmo.
Não fizemos nada a não ser descansar . A jornada na Quinta deixou mazelas no corpo.
A Margarida parecia o Robocop enferrujado quando se levantou. Nada que um longo duche não resolvesse rapidamente. Sinceramente também estou todo partido.

Os Santos populares estão aí e uma broa quentinha veio mesmo a calhar para umas sardinhas assadas. E o resto são cantigas.
O dia de hoje é inteirinho para o Guilherme que faz dois anos. Parabéns querido filho.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dia de trabalhador...


Desde que adquirimos a Quinta, que a vontade de começar andava como os interruptores, ora para cima, ora para baixo. Talvez porque os quase 3 hectares de terreno em estado semi selvagem nos deixassem um pouco irrequietos com uma sensação de frustração.
Conseguiriamos vencer a batalha?

As férias da Flor e do Zé até às Ilhas, vieram dar-nos outro alento. Já tinhamos decidido começar, já tinhamos inclusivé feito algumas intervenções pontuais, mas nada como nos últimos dias.

Com a experiência deles, fizemos uma poda cirúrgica aos citrinos, abandonados e cortados à má fé pelo cepo, segundo o que sabemos por um antigo caseiro despeitado.
A Natureza defendeu-se e deu-lhes de novo tenros ramos que brotaram anárquicamente ao longo destes anos. Fizemos a poda, deixando 2 ou 3 rebentos, nalguns casos, para os podermos enxertar lá para Janeiro, noutros libertando as árvores de "ladrões" e dando-lhes a possibilidade de a seiva chegar com mais força ao que interessa.

Debaixo de uma neblina intensa que tem atacado as Ilhas nestes últimos dias, com uma humidade de 96%, lá andamos pela quinta tentando dar dignidade a um local que outrora terá sido um belo Pomar. Ainda houve tempo para recolher folhas e galhos junto aos muros e depositar tudo no local onde nos próximos dias iremos construir a estação de compostagem. Outros foram para junto do forno para amanhã cozer pão de milho.

De modo que o dia passou célere e do feriado pouco restou. Afinal o dia de Portugal, foi mais um Dia de trabalhador. Diga-se porém, muito mais útil.

terça-feira, 9 de junho de 2009

O lugar nunca pensei...


O lugar nunca pensei, existe mesmo. Sonhei-o enquanto criança, imaginei-o nos livros de
Enid Blyton, este é um lugar, sem castelos nem "afundadores" mas onde a aventura existe em cada bocado de terra.

O desafio a que nos propomos é de transformar uma pequena propriedade ao abandono, com ruínas, carregada de fetos, silvas e acácias , em terra de cultivo, em espaço de brincadeira, de descanso e de emoções.

Alguns hectares de terra numa ilha paradisíaca. Uma aventura para os próximos anos...